Fala-se muito – e já estamos a perceber – que o mundo pós-pandemia será
coisa diferente. Como gosto de me focar nos aspetos positivos, há pelo menos um
em que saímos melhorados, em que entrámos definitivamente no século XXI: a
formação online.
Antes da Pandemia havia uma espécie de estigma ou de preconceito acerca
do ensino à distância. Havia já diversas entidades e mesmo universidades a
apostar neste modelo, mas nunca ninguém tinha acreditado, verdadeiramente, que
a formação online, síncrona ou assíncrona, pudesse ser “uma coisa a sério”.
Hoje, porventura, já será mais credível. Porque nos entrou pela casa dentro,
porque já a experienciámos e, até, porque já vamos gostando.
A formação online veio para ficar. Por várias ordens de razões. É
conveniente para formadores e formandos, é pedagogicamente aliciante, apresenta
a possibilidade de partilhar uma vasta gama de recursos, esbate restrições
geográficas e talvez a mais decisiva: porque é mais barata.
Com a formação online eliminam-se os custos de manutenção de
instalações, de limpeza e vigilância das mesmas. Eliminam-se as necessidades de
imprimir formulários de inscrição e materiais didáticos, que podem ser
disponibilizados digitalmente. As aulas podem ser gravadas e revisitadas por
alunos e professores, tantas vezes quanto necessário, assim se entenda.
Reduzem-se as deslocações e seus custos, um fator decisivo para uma
Região Arquipelágica como os Açores. Por outro lado, como vimos também no
último ano, fazer menos deslocações tem sido um contributo positivo para a
redução da nossa pegada ecológica.
De uma situação desafiante, muito frustrante, que nos obrigou a
reinventarmo-nos, saiu algo de positivo. Demos mais um passo em frente, rumo à
crescente digitalização que se tem vindo a implementar no nosso mundo.
A formação Online veio acabar com o ensino presencial? Não creio. Mas
veio para ficar.
Lamentamos os óbitos da COVID-19. Para os que ficam, haja Saúde, porque
isso é o mais importante.
E reconheçamos que, afinal de contas, pelo menos desta perspetiva, nem
tudo foi mau.
Editor empregonosacores.blogspot.pt