Mais raramente se vê o recrutador numa posição de inferioridade, tendo
de recorrer aos seus dotes de persuasão para convencer determinad@ candidat@ a
integrar os quadros da sua organização. Isto só ocorre, parece-me, nas
situações em que o trabalhador seja altamente qualificado e disputado no
mercado de trabalho.
Assim – e cingindo-nos apenas às ofertas de emprego que vão surgindo no
mercado regional dos Açores – encontramos com relativa facilidade recrutadores
que procuram Super-Candidatos. Conforme a experiência de vida e laboral já lhes
devia ter doutrinado, tal não existe.
Vamos a exemplos práticos. Há alguns dias surgia na nossa praça uma
oferta para gestor de recursos humanos e programador informático.
Cumulativamente. Outra dizia respeito a inseminador artificial de bovinos e
comercial polivalente. Cumulativamente também. Um outro pedia jornalista
estagiário, recém-licenciado porém experiente, para ganhar à peça; que fosse
autónomo e estivesse totalmente equipado, do ponto de vista do hardware e do
software.
Anúncios há que solicitam do candidato uma super disponibilidade,
inclusive do ponto de vista financeiro: que esteja disposto a ganhar apenas à
comissão, deslocar-se na sua viatura própria, usar o seu próprio telemóvel a
suas expensas, obviamente colaborando num regime de prestação de serviços, a
recibo verde.
Tirando uma ou outra situação, nenhum dos exemplos acima existe. Não,
pelo menos, com qualidade. Os recrutadores, antes mesmo de iniciarem os seus
recrutamentos devem desenhar o posto de trabalho. O que é que eu preciso? O que
é que eu espero desta pessoa? Onde vai trabalhar? Em que condições? O que vai
concretizar em benefício da minha organização? Quanto vai auferir? As condições
e vencimento que proponho serão atrativos a ponto de atrair os melhores? Se não
os melhores, pelo menos os disponíveis e que possam ocupar a vaga
satisfatoriamente?
Estas são questões que deixo em aberto aqueles que se encontram num
papel de recrutador. Lembrando também que também os candidatos são pessoas. Não
Super-Heróis. Muito menos ao mínimo salário.
Editor empregonosacores.blogspot.pt
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