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sexta-feira, 26 de março de 2021

"Voluntariado: que importância e facilidades as nossas organizações proporcionam?", por Carmen Costa

A Responsabilidade Social apresenta-se como um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das organizações e, ao mesmo, como um motor para uma sociedade melhor.

Com vista a boas práticas, as organizações devem pautar a sua atividade tendo em conta os princípios de comunicação, vizinhança e cidadania. Assim, à semelhança de todos nós, cidadãos, as organizações não podem ficar indiferentes às questões sociais e ambientais do meio envolvente. Até porque as organizações são constituídas por públicos, por pessoas, e é fundamental estar em sintonia com os mesmos.

É uma questão de “princípio”, mas também prática e com repercussão nos cifrões, pois os consumidores recorrem a rótulos sociais e ecológicos para tomarem decisões de compra de produtos.

E este trabalho é facilitado pelos meios de comunicação social e pelas modernas tecnologias da informação e da comunicação que dão a conhecer as organizações que representam bons exemplos e as socialmente irresponsáveis.

Portanto, uma organização com Responsabilidade Social, à partida, privilegia os seus colaboradores e restantes públicos e contribui para a construção de uma boa imagem, aumentando a produtividade, tornando-se mais competitiva e alcançando melhores resultados financeiros.

As organizações, como motor de desenvolvimento económico, tecnológico e humano, só se realizam plenamente quando consideram na sua atividade o respeito pelos direitos humanos, o investimento na valorização pessoal, a proteção do ambiente, o combate à corrupção, o cumprimento das normas sociais e o respeito pelos valores e princípios éticos da sociedade em que se inserem.

Razões que, mesmo assim, ficam aquém daquele que deve ser o verdadeiro motivo para exercerem o voluntariado: a possibilidade de ajudar, sem pedir, os que mais necessitam. Essa sim, uma fonte inesgotável de enriquecimento pessoal e conhecimento!

Felizmente, e é uma tendência mundial com evidências na Região, já se verifica a aproximação, pese embora ainda escassa, dos interesses das organizações aos da sociedade. Só em sintonia, se pode caminhar para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo.

No âmbito do exercício da sua Responsabilidade Social, as empresas podem criar os seus programas de voluntariado, ou criar condições para que os colaboradores o possam fazer de forma autónoma. Uma sugestão simples: os funcionários terem redução horária para se dedicar a um projeto de voluntariado!

Nos Estados Unidos da América, país que nesta matéria dá cartas no mundo, um dos critérios de seleção de pessoal em muitas empresas é o facto de os candidatos terem no seu currículo desenvolvido atividades de voluntariado, quer seja social, educativo ou ambiental. Vão ainda mais longe, ao colocarem como fator determinante para a evolução na carreira no seio das organizações o voluntariado. E em Portugal? Ao nível da seleção, parece-me já ser um muitas vezes um critério de escolha. Mas na evolução?

Uma questão para pensar e agir em nome do desenvolvimento das pessoas e das organizações e com vista a uma sociedade melhor!

 

Carmen Costa

Formadora e Assessora de Imprensa

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

"A Comunicação em tempos de Covid-19", por Carmen Costa

A pandemia que assola o mundo inteiro convidou-nos a adotar novas formas de trabalhar e de socializar, acarretando desafios e oportunidades à comunicação de marcas, empresas e instituições públicas e privadas.

A adaptação ao teletrabalho, que era uma realidade pontual para mim, mostrou-se positiva.

Verifiquei que com disciplina, um circuito e uma estratégia de comunicação bem definidas, um telemóvel e um computador com acesso à Internet e à rede de trabalho conseguimos pôr as nossas organizações a comunicar com os seus públicos.

Conseguimos fazê-lo quer no discurso direto, quer através do storytelling, cumprindo com a missão de informar e formar e, ao envolver as pessoas, acrescentando valor à comunicação.

Necessitamos, no entanto, de uma dose extra de criatividade e de bom senso!

A informação em tempos de crise torna-se ainda mais importante para quem está trancado em casa e produzir e transmitir conteúdos informativos ainda mais desafiante e gratificante.

Têm sido dias de aprendizagem, de consolidação de conhecimentos, de aproximação às tecnologias e de reflexão. Partilho algumas constatações.

A pró-atividade nas ações e a responsabilidade e transparência na informação são, indubitavelmente, atributos essenciais de uma organização na gestão de qualquer crise.

Apesar do distanciamento social, não esquecer o KISS (Keep It Short and Simple), sobretudo para instituições que comunicam com um público bastante heterogéneo e numa altura em que as pessoas estão a ser bombardeadas com excesso de informação.

Em tempos de crise, não cair na tentação de ser oportunistas, nem de obter protagonismo.

Nomeadamente na produção dos conteúdos para as redes sociais, ter em atenção o estado de stress e de ansiedade em que as pessoas se encontram.

De um dia para o outro, mudamos de vida e até nos adaptámos com sucesso, arrisco dizer. E agora com o desconfinamento como ficamos? Iremos manter o novo paradigma de trabalho remoto, com menor impacte ambiental e muito possivelmente com a mesma eficácia? Peca, no entanto, pela ausência da comunicação interpessoal presencial. Ou vamos voltar ao mesmo, apesar de estarmos perante um novo mundo?

Este é o momento certo para redesenharmos as nossas vidas.


Carmen Costa

Formadora e Assessora de Imprensa

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

"Objetivos SMART", por Carmen Costa

Na sequência do último artigo, intitulado “Entre o Ser e o Ter, como estamos de resoluções de ano novo”, desta feita vou falar-vos de objetivos.

Tanto na nossa vida pessoal, como na nossa atividade profissional, ter objetivos é fundamental. Esta é uma forma de nos focarmos nas nossas prioridades e naquilo que queremos atingir.

Ora, umas das técnicas motivacionais mais conhecidas é a definição de objetivos. Pode parecer uma tarefa simples, mas na verdade não o é. Daí a necessidade de as pessoas e as organizações definirem não apenas objetivos, mas objetivos SMART. O acrónimo inglês refere-se a objetivos específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazos definidos.

S - Corresponde ao termo specific.  A descrição de um objetivo deve ser o mais detalhada possível para fazer cumprir aquilo que se pretende. Os objetivos devem estar claros e alinhados com a restante estratégia.

M -Atribui-se a measurable (mensurável). O que nos mostra que é necessário determinar um indicador tangível e com possibilidade de mensuração. Se os objetivos não são mensuráveis, é impossível conseguir perceber os progressos feitos.

A - Vem de achievable, o quer dizer atingível ou aquilo que é alcançável. Um objetivo que parece inalcançável desmotiva e cria o sentimento de negatividade. Desta forma, é recomendável que os objetivos sejam possíveis, para além de serem específicos e mensuráveis.

R - Corresponde a relevant, o que permite entender que as metas precisam de ser relevantes para si ou para  sua organização.

T – O T vem de time. Todos os objetivos devem de ter um prazo e um limite. A definição de um tempo de duração estabelece um sentimento de compromisso com o prazo estabelecido e haverá uma maximização dos esforços de todos para o conseguir atingir. Nesse sentido, é necessário incorporar os objetivos num cronograma, o que os torna mais tangíveis.

Os objetivos SMART são essenciais para medir resultados e funcionam como um guia para o crescimento de qualquer pessoa ou organização.

Os objetivos SMART são, pois, uma ferramenta poderosa. Importa, todavia, alertar para alguns dos riscos dos mesmos.

Um trabalho liderado por Lisa Ordóñes, da UC San Diego, aponta que os objetivos SMART podem levar as pessoas a centrarem-se exclusivamente nos objetivos, esquecendo tudo aquilo que não contribui diretamente para o alcance das metas - mesmo o que possa ser relevante para a organização; reduzir a motivação intrínseca, isto é, o foco nos objetivos por razões estritamente interesseiras; corroer a cultura organizacional, por estimular o alcance do objetivo em detrimento de outros valores culturais tornados menos salientes pela presença destacada das metas; estimular comportamentos fora dos limites éticos; e, ainda, inibir a aprendizagem.

Por isso, os objetivos têm de ser verdadeiramente SMART, quer na sua definição, quer na sua implementação.


Carmen Costa

Formadora e Assessora de Imprensa