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quarta-feira, 10 de março de 2021

"Aproveitar para Melhorar", Opinião Tiago Matias

Desde há umas décadas – porque acho um equívoco nesta matéria dizer “hoje em dia” – que a nossa vida profissional se alterou profundamente.

A maior parte de nós conhece casos dos nossos pais e mesmo dos nossos avós, em que o padrão laboral era “um emprego para toda a vida”.

Pois isso, como muito bem sabemos, mudou. Nas nossas vidas profissionais, é frequente mudarmos de empresa, de setor e até de profissão. E mesmo que fiquemos décadas na mesma empresa a fazer as mesmas coisas, o ritmo a que o mundo muda obriga-nos a estar em permanente evolução.

Se as empresas têm obrigação (legal até) de proporcionar formação aos seus colaboradores, acredito que também os trabalhadores, por si, têm o dever de se melhorarem continuamente.

Se estamos confrontados com uma crise pandémica que nos obrigou a repensar tudo, consideremo-la como uma oportunidade. O facto das empresas terem sido, vá lá, “forçadas” a colocar os seus trabalhadores em layoff deve ser encarado como uma oportunidade para melhorar as suas competências e fortalecer o capital humano das organizações.

Já os trabalhadores e mesmo os desempregados devem aproveitar esta janela para investir em formação, académica ou profissional. Porque não fazer um voluntariado numa atividade em que queremos saber um pouco mais ou desenvolver competências?

Se aos indivíduos cumpre escolher o que fazer com as horas dos seus dias, as organizações estão confrontadas com o desafio de desenhar programas de formação adequados, pragmáticos e até individualizados, para elevar ao máximo as capacidades dos seus trabalhadores. Os colaboradores, por seu turno, também devem aproveitar a oportunidade para expressar aos seus superiores hierárquicos quais os aspetos em que gostavam de saber um pouco mais e de melhorar. Ou mesmo se gostariam de experimentar novas funções, úteis à sua organização.

Em meu ver, a redução da atividade empresarial não deve ser encarada como um marasmo que temos de penosamente atravessar, mas antes como uma chance de afinar agulhas, de inventar novas ferramentas e de potenciar talentos anteriormente inexplorados.

Caminhamos para o retorno a uma vida mais ou menos normal. Dizem.

É minha opinião que as organizações e os indivíduos que utilizaram este ‘reiniciar forçado’ para fazer atualizações terão maior preparação e maior motivação para o difícil período de recuperação que teremos pela frente, em que teremos de trabalhar a dobrar.

Esta paragem terá sido muito útil para melhorar. Ou não. O tempo assim o ajuizará.

 

Tiago Matias

Editor empregonosacores.blogspot.pt

tasmatias@gmail.com

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

"Srs. Recrutadores: não existem Super-Candidatos!", opinião Tiago Matias

Frequente e naturalmente, a posição de recrutador é uma posição de poder face à posição de candidato. Os recrutadores, públicos ou privados, acabam por ter um manancial de opção entre os milhares de candidatos disponíveis no mercado, que sonham com um lugar ao sol.

Mais raramente se vê o recrutador numa posição de inferioridade, tendo de recorrer aos seus dotes de persuasão para convencer determinad@ candidat@ a integrar os quadros da sua organização. Isto só ocorre, parece-me, nas situações em que o trabalhador seja altamente qualificado e disputado no mercado de trabalho.

Assim – e cingindo-nos apenas às ofertas de emprego que vão surgindo no mercado regional dos Açores – encontramos com relativa facilidade recrutadores que procuram Super-Candidatos. Conforme a experiência de vida e laboral já lhes devia ter doutrinado, tal não existe.

Vamos a exemplos práticos. Há alguns dias surgia na nossa praça uma oferta para gestor de recursos humanos e programador informático. Cumulativamente. Outra dizia respeito a inseminador artificial de bovinos e comercial polivalente. Cumulativamente também. Um outro pedia jornalista estagiário, recém-licenciado porém experiente, para ganhar à peça; que fosse autónomo e estivesse totalmente equipado, do ponto de vista do hardware e do software.

Anúncios há que solicitam do candidato uma super disponibilidade, inclusive do ponto de vista financeiro: que esteja disposto a ganhar apenas à comissão, deslocar-se na sua viatura própria, usar o seu próprio telemóvel a suas expensas, obviamente colaborando num regime de prestação de serviços, a recibo verde.

Tirando uma ou outra situação, nenhum dos exemplos acima existe. Não, pelo menos, com qualidade. Os recrutadores, antes mesmo de iniciarem os seus recrutamentos devem desenhar o posto de trabalho. O que é que eu preciso? O que é que eu espero desta pessoa? Onde vai trabalhar? Em que condições? O que vai concretizar em benefício da minha organização? Quanto vai auferir? As condições e vencimento que proponho serão atrativos a ponto de atrair os melhores? Se não os melhores, pelo menos os disponíveis e que possam ocupar a vaga satisfatoriamente?

Estas são questões que deixo em aberto aqueles que se encontram num papel de recrutador. Lembrando também que também os candidatos são pessoas. Não Super-Heróis. Muito menos ao mínimo salário.


Tiago Matias

Editor empregonosacores.blogspot.pt

tasmatias@gmail.com

domingo, 31 de janeiro de 2021

"Aproveitar o Garantia Açores Jovem" - Opinião Tiago Matias

Se o desemprego é sempre uma preocupação, ainda o é mais para os jovens. Principalmente para aqueles que saindo do seu percurso escolar, com maior ou menor sucesso, se encontram numa fase definidora das suas vidas.

Onde trabalhar? O que fazer? O que é que me faz feliz? Onde me enquadro no mercado de trabalho? Onde me posso sentir valorizad@? Por onde começo a desenhar uma carreira de sucesso? Estas são perguntas que afligem os nossos jovens, essencialmente antes dos 30 anos.

Ainda que, de acordo com o relatório "Estado da Educação 2019", divulgado em dezembro passado, se tenha verificado uma diminuição a nível nacional dos jovens “nem-nem” ou NEET (aqueles que não estudam, não trabalham, nem frequentam formação), os dados não devem deixar-nos descansados.

O estudo demonstrou que a proporção de jovens dos 15 aos 34 anos, a nível nacional, foi de 9,5% em 2019, quando em 2014 era de 15,2%. Nos Açores, esta proporção situou-se nos 16,4%.

A nível mundial, de acordo com um relatório da Organização Mundial do Trabalho, existirão cerca de 267 milhões destes jovens, em idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos.

Preocupado com esta realidade, o Governo da República criou em 2013 a Garantia Jovem, que se transpõe para a nossa Região como “Garantia Açores Jovem”, um programa que tem por objetivo encontrar uma oportunidade de formação, estágio ou mesmo de emprego, de acordo com os interesses e ambições profissionais de cada jovem Açoriano.

Por isso, recomendo a todos os jovens Açorianos à procura de rumo, uma visita a www.garantiajovem.azores.gov.pt, pois lá encontrarão orientação e qualificação profissional, bem como ofertas de estágio e de emprego. E claro, não deixem de procurar ativamente e pelos seus próprios meios “aquela” oportunidade, que pode abrir horizontes e que pode estar mesmo ao virar da esquina. 

Olho aberto.

 

Tiago Matias

Editor empregonosacores.blogspot.pt

tasmatias@gmail.com

domingo, 24 de janeiro de 2021

"Manter a motivação na procura de emprego", Opinião Tiago Matias

Atravessamos um período difícil, não apenas do ponto de vista da saúde pública, mas sobretudo do ponto de vista da saúde económica. A palavra de ordem é “confinar”, o que quer dizer menos gente na rua, menos clientes, menos negócios, menos economia, levando de uma forma geral a menos emprego.

Todavia, existem e continuarão a existir oportunidades. Até porque há um antigo adágio no mundo dos negócios: “enquanto uns choram, outros vendem lenços”.

Quando uma pessoa dá por si em situação de desemprego, é comum que os primeiros esforços sejam energéticos e esperançosos numa rápida integração. Se isto é verdade, também é verdade que o mercado de emprego não esteve parado, à espera que você ficasse desempregado.

Por isso, o mais comum, a não ser que seja possuidor de uma formação académica altamente especializada, é que vá ser confrontado com muitos “nãos” e “não-respostas”. Quando fizer candidaturas espontâneas, o mais provável é não ter nenhuma resposta ou receber uma resposta robotizada do género “recebemos, não temos vagas, o seu CV irá engrossar a nossa base de dados, talvez lhe liguemos um dia”.

Isto é normal. Lembre-se que num processo de recrutamento, o pódio (emprego) é muito pequeno para tantos concorrentes. Isto não é motivo para desanimar e cruzar braços. A sua oportunidade vai surgir. Não desista!

Em artigos futuros, abordaremos em maior profundidade técnicas e estratégias para melhorar o seu sucesso na procura daquele emprego que dê bem consigo.

Mas como “lamiré”, procure definir-se antes de sair à procura daquilo que aparecer. Defina o que gosta, o que sabe fazer, o que quer fazer nos próximos anos, quais as organizações onde acha que teria uma oportunidades de brilhar.

Depois, pense na perspetiva do empregador. Esqueça uma abordagem do género “por favor dê-me emprego, preciso muito, estou desesperado, aceito qualquer coisa” e assuma uma postura de “eu sou assim, conheço esta área, tenho estas competências e é desta forma que posso ser uma mais-valia para o seu negócio”.

Lembre-se sempre que a persistência é o caminho do sucesso.


Tiago Matias

Editor empregonosacores.blogspot.pt

tasmatias@gmail.com

domingo, 17 de janeiro de 2021

"A Coragem de Perseverar", por Tiago Matias

Vivemos tempos extraordinários, que acabaram por se prolongar de forma extraordinária. 2021 não trouxe, como ingenuamente queríamos acreditar, uma solução mágica para a Pandemia.

De facto, ao que tudo aponta, continuaremos neste registo de “confina/desconfina” pelo menos até ao Verão.


Os tempos exigem Liderança e Coragem. Liderança para definir rumos claros e estratégias bem definidas para confinar ao máximo - não as pessoas - mas o vírus.

Liderança para ser o porto seguro de todo um conjunto de pessoas, Açorianos, nesta ou naquela área, que todos os dias dão o seu melhor.

Coragem para Preservar, na medida do possível, o nosso modo de vida, os nossos hábitos quotidianos, a nossa vivência em Comunidade e a nossa Economia.

E aqui não posso deixar de realçar a Coragem dos nossos empresários que, praticamente contra tudo e contra todos, continuam a desenvolver as suas atividades, procurando não deixar cair as suas atividades empresariais e não enviar para o desemprego os seus colaboradores.

Há algo que não deixa de me surpreender; é que apesar de todas as condicionantes que atravessamos, não há quem deixe de apostar, de criar novos negócios, de gerar novos postos de trabalho.

Se isto é verdade para os empresários, não é menos verdade para aqueles que – por um motivo ou por outro – acabaram por cair no desemprego. Todos os dias assisto também, essencialmente nas redes sociais, a gente que procura trabalho. Nem sempre da melhor forma, é certo, mas na maior parte dos casos sempre com grande motivação de encontrar uma vaga que os satisfaça e onde podem ser úteis.

Tudo isto manifesta aquilo que sempre foi a base de se ser Açoriano: a Coragem de Perseverar. Enquanto aguardamos pela vacina, façamos de 2021 um ano de recuperação e de retoma da normalidade.

 

Tiago Matias

Editor empregonosacores.blogspot.pt

tasmatias@gmail.com